Halloween party ideas 2015

outubro 23, 2017


Com uma longa e consistente experiência no domínio da representação cénica, o Núcleo Experimental de Teatro, criado pelo artista plástico Fernando Alvim, do qual pertencem os consagrados actores angolanos, é uma parceria entre o Núcleo de Teatro da Fundação Sindika Dokolo e o Elinga Teatro de José Mena Abrantes, grupo fundado no dia 21 de Maio de 1988.

O Mindelact, Festival Internacional de Teatro do Mindelo, que este ano acontece sob o signo “Arte, alma e afecto”, tem conquistado um enorme prestígio internacional, dentro e fora do continente africano, a contar pelo número de candidaturas que tem recebido, mais de duas centenas de propostas ao longo das suas várias edições, cuja selecção está definida no regulamento do festival, do qual respigamos os mais importantes critérios, qualidade artística, componente original e criativa, e o respeito pelo princípio da diversificação.

Ainda segundo o regulamento, a organização tem em conta a capacidade mobilizadora de recursos dos grupos no seus países de origem e quanto menor for o número de integrantes, maiores são as probabilidades de selecção. A organização não aconselha o uso de cenários complicados, pesados ou de tamanho considerável, facto que pode determinar a exclusão, por motivos logísticos. O programa inclui ainda acções de formação para agentes teatrais cabo-verdianos e dos países convidados, nas mais diversas áreas artísticas ligadas ao teatro. Segundo informação disponível, o Mindelact “é o principal evento teatral de Cabo Verde, e, actualmente, o mais importante acontecimento teatral de toda a África Lusófona, sendo considerado, hoje, o mais importante evento teatral da África Ocidental. Nas suas vinte e duas edições anteriores, aconteceu sempre em Setembro, na cidade do Mindelo, mas este ano, e pela primeira vez, decorrerá no início de Novembro, por questões logísticas. O Mindelact, além da vertente de espectáculos, promove o intercâmbio entre todos os participantes, concertos de música, exposições de design e artes plásticas, e, nos últimos anos, tem organizado um “Festival off” alternativo e uma programação específica dirigida às crianças, denominada “Teatrolândia” em que o Brasil, na presente edição, vai apresentar a peça “A gaiola” e “Mil histórias para contar”, Cabo Verde, “Tapete voador”, Portugal, “Contos, cantos e outros tantos”, Alemanha, “Uma viagem ao redor do mundo” e São Tomé e Príncipe vai dirigir às crianças a peça “Contos da avó e avô”.

O Mindelact teve a sua primeira edição em 1995, só com a participação de grupos de São Vicente e Santo Antão. Houve uma evolução em 1996, com uma abrangência nacional, tendo-se internacionalizado em 1997 e hoje está confirmado como sendo o mais importante certame teatral do arquipélago.

O Festival terá cerca de uma centena de artistas de mais de trinta companhias de teatro de Angola, Argentina, Brasil,Cabo Verde, Espanha, Inglaterra, Japão, Moçambique, Portugal, República Checa, Senegal, Alemanha e São Tomé e Príncipe,que generosamente oferecem a Cabo Verde uma amostra do que de melhor se faz no domínio das artes cénicas, um pouco por todo o mundo. A organização considera que os artistas são o coração que faz este evento viver e pulsar, avidamente. De destacar que cerca de dois terços da programação agora anunciada é totalmente gratuita e vai no sentido de levar o teatro a todos os cantos da ilha de São Vicente.

Renascimento

A vigésima terceira edição do Mindelact, segundo podemos ler no prospecto informativo, “procura renascer, tal como Fénix, das cinzas do desânimo. É uma edição onde muita coisa mudou, a começar pela sua calendarização, já que é pela primeira vez que acontece em Novembro. A organização sustenta a sua filosofia de actuação em três pilares básicos, o artístico, investindo num programa de extraordinária qualidade e diversidade, no emocional, procurando devolver o evento à cidade, diversificando ao máximo os parâmetros de actuação e no afectivo, renovando uma equipa com novas energias, novas ideias, sem nunca esquecer tudo de bom que foi feito nas vinte e duas edições anteriores. O maior evento de artes cénicas da África Ocidental, que aqui se apresenta, procura trazer até ao público aquela que será, provavelmente, a sua melhor programação de sempre”.

Sinopse

“Laços de Sangue”, “Bloodknot”, na sua versão inglesa, é baseada num texto de 1961, e, em Luanda, teve a sua estreia nos dias 11 e 12 de Fevereiro de 2016, no Centro Cultural Brasil-Angola. A narração baseia-se num conflito entre dois irmãos, Morris e Zacarias, filhos da mesma mãe e pais diferentes, que, por circunstâncias naturais, um nasceu negro e outro mestiço. Esta diferença determinou percursos e oportunidades desiguais nas suas vidas, que o escritor Athol Fugard explorou dramaturgicamente. A peça foi escrita no contexto sócio-político sul-africano do apartheid, contudo aborda um tema transversal a todas as épocas e sociedades. Na triangulação atlântica Angola, Brasil e Portugal, onde os discursos luso-tropicalistas e os mitos da democracia racial remetem a questão racial para uma aparente invisibilidade, é urgente reflectir e debater frontalmente o tema do racismo que perdura nas nossas sociedades actuais. Na sua primeira representação a peça foi adaptada e dirigida pelo director do Elinga, José Mena Abrantes, encenada por Rogério de Carvalho, com desenho de luzes de Jorge Ribeiro, sonoplastia de Sebastião Delgado e guarda-roupa de Alex Kangala.

Breve perfil artístico de Meirinho Mendes e Raúl do Rosário


Embora tenham uma biografia artística vasta, seleccionamos os aspectos mais importantes do perfil de Meirinho Mendes e Raúl do Rosário, dois actores de prestígio artístico que vão representar Angola no Mindelact. Filho de Luís Mendes e de Filomena Bento, Adérito Bento da Silva Mendes nasceu em Luanda no dia 12 de Maio de 1970. Iniciou a sua actividade artística em 1989, no Elinga Teatro, e tem desenvolvido trabalhos em cinema, televisão e dança, quer em Portugal, como em Espanha, países onde residiu, estudou e desenvolveu a sua actividade artística. No domínio da formação frequentou o Pré-Universitário de Luanda, de 1988 a 1990, na área de Ciências Sociais, e de 2002 a 2005, concluiu o curso de formação de actores da Universidade Autónoma de Madrid.

Filho de Maria Luísa Ferreira Resende e de Carlos Emanuel de Barros Rosário, Raúl Jorge Resende de Barros Rosário, Raúl do Rosário, nasceu em Benguela no dia 22 de Agosto de 1973. Depois de ter frequentado dois anos do curso de electricidade, no ex-Instituto Médio Karl Marx, Makarenko, alistou-se no exército, logo após o juramento de bandeira. Foi membro do ex-Centro Hípico de Luanda, tendo viajado por várias províncias de Angola. Raúl do Rosário fez artesanato em Benguela, comércio na Huíla, foi desenhador gráfico, motorista de ambulância na ONG Médicos sem Fronteiras, e operador de máquinas pesadas na extinta UNAVEM, Angola, até descobrir a vocação para o teatro.


FONTE: JORNAL DE ANGOLA

outubro 23, 2017


Víctor Carvalho | Poucas vezes, como na última semana, a vida política nacional conheceu uma tamanha agitação numa sucessão de acontecimentos que, antes do mais, atestaram de modo evidente a vitalidade da nossa democracia e serviram, também, para mostrar à sociedade que as instituições estão perfeitamente articuladas no respeito pelo espírito e pela letra do que estão estipulados na Constituição.

Esse turbilhão de acontecimentos culminou ontem com a tomada de posse de um Governo que tem sobre os ombros a pesada responsabilidade de começar a trabalhar para vencer, melhorando o que está bem e corrigindo o que está mal, dando assim sequência ao que foram as promessas reiteradamente feitas na campanha eleitoral pelo Presidente João Lourenço na sua qualidade de cabeça-de-lista do MPLA.

Independentemente das pessoas que integram o Governo, das suas maiores ou menores valias, o mais importante é a dinâmica que ele terá que ter para corporizar o programa que o MPLA apresentou ao povo e foi sufragado por uma inequívoca maioria qualificada, facto que lhe aumenta ainda mais as responsabilidades.

Mas se o novo Governo tem responsabilidades acrescidas para fazer por merecer a confiança que o povo depositou no partido vencedor das eleições de 23 de Agosto, a verdade é que a sociedade também tem uma elevada quota de responsabilidade para que este desafio seja vencido de modo categórico.

Para lá das diferenças políticas que democraticamente conformam o mosaico social nacional, existe um objectivo que terá de ser comum: criar as condições para que Angola seja um país cada vez melhor para se viver.

Além do esforço de todos, o Presidente João Lourenço precisa também de tempo suficiente para desenvolver a sua estratégia governativa. Angola é um país com características muito próprias, com um tempo próprio e que não se esgota na impaciência de quem prometeu aquilo que antecipadamente sabia nunca poder cumprir ou na exigência que outros fazem para que sejam dados passos mais compridos que as pernas.

Ao assumir na cerimónia da sua tomada de posse a opção por uma governação inclusiva, João Lourenço declarou-se “Presidente de todos os angolanos” deixando para trás as disputas políticas que chegaram a marcar o período de campanha eleitoral, atirando para o lado da oposição a obrigatoriedade desta assumir o papel que lhe cabe numa sociedade onde a democracia impera.

A ausência da oposição na cerimónia de tomada de posse do Presidente João Lourenço, que contrastou com a presença de mais de duas dezenas de chefes de Estado e de Governo estrangeiros, revela um amargo sentimento de mau perder e, sobretudo, de desrespeito para com o povo que exerceu de forma livre e democrática o seu direito de voto.

Alguns poderão dizer que essa ausência serviu como uma espécie de “voto de protesto”. O grande problema, para a oposição, é que esse protesto, se disso se tratou, só o poderia ser em relação à decisão popular que não lhes atribuiu o mérito suficiente para poderem governar.

Neste momento a expectativa é grande, não só para aquilo que serão os primeiros passos do novo Governo como também para se ver que tipo de oposição iremos ver. Se será aquela que voltou as costas à tomada de posse do “Presidente de todos os angolanos”, ou se a que foi ordeiramente ocupar os seus lugares no Parlamento e jurou solenemente defender os superiores interesses da Nação.

Se é verdade que uma postura não é incompatível com a outra, especialmente face à lei, também é verdade que essa mesma oposição tem que se definir perante o seu próprio eleitorado para este possa ajuizar, em rigor, quem de facto está a trabalhar para criar as condições para que Angola seja um país cada vez melhor para se viver.

Cinco anos passam rápido, demasiadamente rápido.

outubro 23, 2017


Por José Ribeiro | O Governo saído das eleições entra em funções com uma elevadíssima quota de legitimidade política para levar por diante o programa sufragado nas urnas pelo povo.

Além de marcar a primeira transição política de liderança por via democrática em Angola, o que já, só por aí, lhe dá um grande poder discursivo e argumentativo, a vitória de João Lourenço e do MPLA por maioria qualificada abre um importante espaço de manobra política para os cinco anos de mandato.

Transportando ainda o valioso legado deixado pelos antecessores, base sobre a qual assentará a acção do Executivo, o poder democrático do Governo de João Lourenço e do MPLA é vasto, no quadro, evidentemente, daquilo que são os limites comumente reconhecidos.

O Governo tem também a enorme vantagem de reunir à sua volta toda a disponbilidade e solidariedade dos quadros nacionais e das populações para começar a fazer o seu trabalho. Geralmente, nos períodos após eleições, a essa posição de esperança diante do que aí vem de positivo, se chama expectativa. Mas em Angola, por causa, talvez, do sofrimento gerado pela guerra, essa atitude é particularmente sincera. As pessoas querem trabalhar e ver as coisas a andar, seja a que preço for, pois se isso acontecer, todos terão a ganhar. Essa postura ficou bem expressa no momento da paz, quando todos os angolanos se uniram à volta do nome “Angola”, vieram trabalhar para a terra e trouxeram outros. Este é um grande capital com que contam, hoje ainda, os nossos novos governantes.

No lema eleitoral de campanha do MPLA, “Corrigir o que está mal, Melhorar o que está bem”, ficou bem vincada a manifestação de vontade e de bondade dos nossos dirigentes políticos. Mas o “slogan” faz também repousar sobre o Governo uma grande responsabilidade face aos desafios que enfrenta. Além de corrigir e melhorar o que está feito, é preciso fazer coisas novas, mostrando que não vamos ficar apenas agarrados ao passado, mas ter os olhos postos no futuro, o que exige não somente vontade política e bondade, mas também estudo e elaboração de novas políticas e medidas acertadas, algumas das quais parecerão provavelmente impopulares, mas serão importantes para a economia e as populações.

Com legitimidade, força discursiva, espaço de manobra, herança histórica, popularidade e ainda prestígio internacional, o poder deste Governo liderado por João Lourenço é altíssimo. Mas as expectativas também.

A primeira boa impressão deixada pelo Presidente João Lourenço, com a entrada em funções, foi o facto de não ter cedido às pressões de uma corrente perigosa, de uma certa imprensa, ligada a interesses alheios aos dos angolanos e que passa por ser “credível”, para que se criasse um Governo tão enxuto que baralharia as áreas de gestão e de intervenção governativa e só produziria confusão.

Felizmente, isso não ocorreu. O Governo de Angola tem de ter a dimensão necessária que tiver de ter para ser eficiente, não em função do desejo deste ou daquele opinionmaker. Não está provado que não é melhor um Governo eficiente, mesmo mais alargado, que justifique a sua dimensão através de bons resultados. A segunda boa impressão foi ter o Presidente recebido os representantes das empresas petrolíferas estrangeiras que operam em Angola, a pedido delas, e ter convidado a Sonangol para o encontro, reforçando assim o clima de confiança e de relacionamento institucional e empresarial.

Quanto às expectativas, uma das maiores gira à volta da forma como vai ser resolvido o problema grave e crescente do comércio ambulante que se desenvolve entre o trânsito automóvel nas cidades, perturbando a circulação. Além de ser sintoma de desemprego, de comércio desregulado e de descontrolo fiscal, dá uma imagem de falta de autoridade do Estado angolano. Isto é algo que está mal e se for bem corrigido todos vão aplaudir e todos ganharão.

outubro 23, 2017

Por Víctor Carvalho | Com a nomeação e subsequente tomada de posse dos secretários de Estado, o Presidente João Lourenço tem, finalmente, a sua equipa governamental formada e pronta a trabalhar para responder ao desafio de melhorar o que está bem e corrigir o que está mal.

Independentemente da avaliação ou do capital de expectativa que cada nome dos elementos que integram essa equipa pode suscitar junto da opinião pública, a verdade é que será o seu desempenho prático a transmitir se as escolhas de João Lourenço foram, ou não, acertadas.

Para já, o que se pode dizer é que está criada uma enorme expectativa em redor daquilo que o próprio Presidente da República conseguirá fazer, sobretudo se tivermos em linha de conta as suas promessas eleitorais e mais algumas que depois inseriu no seu discurso de tomada de posse e que, certamente, serão reafirmadas amanhã na Assembleia Nacional.

A sociedade, onde se inclui a classe política, como não podia deixar de ser, está atenta aos mais recentes desenvolvimentos protagonizados por este Governo, não obstante o pouco tempo em que está em funções, e acredita que muitas das promessas feitas no calor da campanha serão efectivamente cumpridas.

Na sua primeira reunião, o Governo decidiu, e bem, aprovar um programa para executar nos próximos seis meses, de modo a garantir as bases onde depois ficarão sustentadas acções de empreendimento mais profundo.

Esse programa, que engloba as principais áreas que conformam o Estado, deverá ser o mais cirúrgico possível evitando cair na tentação de optar por uma amplitude de intenções para evitar que se fique pelas meras intenções.

Embora ainda não hajam grandes informações sobre a base desse programa de seis meses, não custa perceber que ele se direccionará, fundamentalmente, para resolver alguns problemas sociais que preocupam a população.

Na abertura do novo ano agrícola, o Presidente João Lourenço deixou claramente perceber a sua determinação em não abdicar dos princípios que pautaram os seus discursos de campanha eleitoral, ao afirmar a disposição em entregar a terra a quem efectivamente a trabalha.

Levando esta disposição a outras áreas da vida nacional, fica a certeza de que existe a determinação de colocar a pessoa certa no lugar certo para que possa de facto ser melhorado o que está bem e corrigido o que está mal.

Mas para isso um dos desafios mais imediatos do Governo é a elaboração do Orçamento Geral do Estado (OGE) para 2018, documento fundamental onde o Governo terá que estabelecer de forma clara as suas prioridades para uma actuação que não defraude as expectativas que já estão criadas.

Quando os recursos são vastos, é relativamente fácil a elaboração de um Orçamento que deixe contentes todos os sectores que compõem a sociedade, seja em que país for.

Porém, com a escassez de meios com que nos deparamos essa missão fica bem mais difícil de ser executada, exigindo coragem e clarividência política a quem tem a missão de decidir aonde e a quem alocar verbas que possam ser aproveitadas da melhor forma possível.

Respaldado numa confortável maioria qualificada na eleições de Agosto, o Presidente João Lourenço tem e merece ter o capital de confiança que lhe permite aplicar o programa de Governo que apresentou a sufrágio com a certeza de que ele terá o apoio dos angolanos.

É, pois, chegada a hora do trabalho. Um trabalho que feito em equipa tem muito mais hipóteses de ter sucesso.

outubro 23, 2017

De acordo com o ministro Manuel Tavares de Almeida, as sugestões e denúncias vão ser muito úteis para corrigir o que estiver mal. \"As denuncias vão ser tratadas de forma confidencial e restrita e pensamos que este canal na internet será um veículo de interacção entre o Ministério, representando o poder público, e o cidadão e os empresários\", disse o ministro. 

Na sua apresentação aos funcionários, no mês passado, o ministro prometeu acabar com o excesso de burocracia, porque, na sua opinião, tem complicado a vida dos cidadãos e dos empresários. O ministro prometeu também acabar com as atitudes de prepotência e arrogância dos servidores públicos, para que o trabalho seja feito com maior responsabilidade.

Na altura, Manuel Tavares de Almeida disse que, por enquanto, “os aspectos técnicos não são as principais preocupações”. “Vamos começar a constatar algumas transformações em relação às atitudes das pessoas. Vamos investir naquilo que é possível fazer sem recursos financeiros, conversando, buscando consenso, compromissos, para que o nosso trabalho seja feito com sentido de responsabilidade, enquanto servidores públicos”, disse o ministro, que considerou primordial a aposta na qualificação dos recursos humanos.

Manuel Tavares de Almeida reconheceu a competência e experiência dos quadros do Ministério para levar a bom porto os desafios do sector. No entanto, considera que cada quadro, no seu posto de trabalho, deve engajar-se com afinco nas tarefas sob a sua responsabilidade, cumprindo com o slogan “melhorar o que está bem e corrigir o que está mal.”

Para melhor aproveitamento dos funcionários, o ministro disse que vai procurar distribuir os quadros de acordo com as suas competências de modo a garantir eficiência nos resultados que o ministério deve apresentar no exercício das suas funções. “Devemos trabalhar como uma equipa unida e coesa, com os mesmos objectivos”, apelou.

Obras de qualidade

Na sexta-feira, na província de Cabinda, o ministro falou das metas para serem alcançadas no presente mandato, para elevar a qualidade do trabalho. “Estamos a trabalhar no sentido de nos capacitarmos, através das nossas estruturas, de formar a exercer a fiscalização e o controlo aos investimentos públicos”, disse o ministro, para acrescentar que, nos próximos tempos, vai passar a ter uma actuação mais acutilante de forma a garantir para o sector público obras de melhor qualidade e ao nível de países da região.“Isso vai ser conseguido por meio da certificação de obras, de normas e regulamentos, estudos, elaboração de projectos e outros mecanismos, para que a qualidade dos projectos e da sua execução sejam asseguradas”, acrescentou o ministro.

Manuel Tavares de Almeida disse que em todo o território nacional deve ser feito aquilo que o poder público aprovar, referindo-se à qualidade de execução das obras.

“A responsabilidade primeira das obras é do Estado, quer da sua qualidade, segurança, durabilidade”, disse, para acrescentar que o Estado, por via do Ministério da Construção e Obras Públicas, tem a responsabilidade de se organizar, no sentido de garantir que as obras sejam seguras, de qualidade e que tenham durabilidade.

Auscultar parceiros

O Ministério da Construção e Obras Públicas realiza, no dia 31, um fórum com a participação de organizações e empresários. O objectivo é auscultar as opiniões de agentes e demais parceiros e colher contribuições para enriquecer as políticas públicas do sector.

De acordo com o ministro Manuel Tavares de Almeida, a ideia é levantar os problemas prementes que afectam a todos, para poder criar políticas que satisfaçam os interesses privados e os públicos.

Ministro manifesta compromisso com a boa gestão dos recursos

O ministro Manuel Tavares de Almeida foi apresentado aos quadros do Ministério da Construção e Obras Públicas no dia 30 de Setembro e pediu responsabilidade e seriedade aos colaboradores mais directos.

Manuel Tavares de Almeida nasceu em Ndalatando, província do Cuanza Norte, em 1957. É formado em Engenharia Civil, na Universidade Agostinho Neto. Foi director do Projecto Capanda de 1987 a 2004. Em 2002 foi nomeado Director- Geral- Adjunto para a Engenharia e Planeamento, acumulando as funções de chefe de Departamento Técnico do GAMEK. De 2004 a 2005 fez parte da Comissão de Gestão do GAMEK.

Manuel Tavares de Almeidafoi oficial na reserva de 1981 a 2002, trabalhando na função pública em comissão de serviço e desde 2002 está reformado do Exército com a patente de tenente-coronel.

De 2006 a 2015 foi Presidente do Conselho de Administração da Geotécnica-E.P. e em 2010 foi chamado a prestar consultoria à Casa Civil do Presidente da República, funções que exerceu até à data da sua nomeação.

Em Janeiro de 2016 foi nomeado Director para o Gabinete do Projecto Baynes, Aproveitamento Hidroeléctrico Binacional no rio Cunene, em parceria com a República da Namíbia.

Como profissional liberal, Manuel Tavares de Almeida foi fundador e organizador de empresas de engenharia e construção, que realizaram projectos, prestaram serviços de fiscalização e construção de mais de 600 quilómetros de estrada, edifícios e empreendimentos hidroeléctricos. Como empreendedor, Manuel Tavares de Almeidaactuou nos ramos imobiliário, comércio, restauração, hotelaria e indústria.

outubro 23, 2017
General Ciel da Conceição Cristóvão (Imagem: Reprodução)

O Presidente da República, João Lourenço, endereçou ontem condolências às Forças Armadas Angolanas, ao Ministério dos Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria e à família do general Ciel da Conceição Cristóvão “Gato” pelo seu falecimento.

Na mensagem, o Chefe de Estado rendeu homenagem à “figura do nacionalismo angolano” e antigo vice-ministro dos Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria, por ter defendido, desde a primeira hora, com devoção e zelo, a causa da libertação nacional e do resgate da dignidade de todos os angolanos frente ao colonialismo.

O Presidente João Lourenço, Comandante-Chefe das Forças Armadas Angolanas, disse que o general Gato dedicou toda a sua vida, em companhia dos seus camaradas, à construção de uma Angola pacífica, democrática e inclusiva, e soube colocar a sua dedicação, esforço e sacrifício em todos os cargos que desempenhou, para realizar as tarefas que lhe foram incumbidas.

A mensagem de condolências assinala que “com o desaparecimento de Ciel da Conceição Cristóvão, o país perdeu um dos seus valorosos combatentes da luta de libertação nacional e um “intrépido general” no combate pela consolidação da independência e soberania”.

O Ministério dos Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria manifestou, ontem, profunda dor e consternação pela morte do general de Exército ocorrido no dia 20 de Outubro, em Luanda, por doença.

O departamento ministerial disse, em comunicado, que o general Gato muito cedo compreendeu as aspirações mais profundas do povo angolano, acompanhando vários movimentos sociais e intelectuais, bem como de organizações nacionalistas que clamavam pela abolição do então regime colonial.

Após a proclamação da Independência Nacional, a 11 de Novembro de 1975, o general Gato desempenhou funções de destaque, tanto na direcção do aparelho central do MPLA, onde foi membro do Comité Central, como nas Forças Armadas Populares de Libertação de Angola (FAPLA). Ciel da Conceição Cristóvão também exerceu as funções de comandante da Força Aéra-Defesa Anti-Aérea, comandante da Frente Norte e os cargos de vice-ministro da Defesa para o Armamento e Defesa Química e o de vice-ministro da Defesa dos Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria.

Pelo acontecimento, o Ministério dos Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria inclina-se perante a memória de Ciel da Conceição Cristóvão e endereça à família enlutada sentidos pêsames.

O ministro das Relações Exteriores, Manuel Augusto, também lamentou o falecimento do general Ciel da Conceição “Gato”. Em nome do corpo de diplomatas e quadros do Ministério das Relações Exteriores, o ministro Manuel Augusto salienta, numa mensagem, que o general Gato pertence a geração que iniciou a luta de libertação nacional, tendo dado valioso contributo para a criação das FAPLA.

O Bureau Político do MPLA, partido do qual foi um dos dirigentes, também lamentou o falecimento do seu militante. General de Exército reformado das Forças Armadas Angolanas (FAA), Ciel da Conceição Cristóvão “Gato” ingressou nas fileiras do MPLA em 1961, na altura do início da Luta Armada de Libertação Nacional, onde teve um papel preponderante, nas várias regiões político-militares por que passou.

O comunicado destaca que Ciel da Conceição Cristóvão foi integrante do primeiro destacamento guerrilheiro, que determinou a criação, em 1962, do Exército Popular de Libertação de Angola (EPLA), embrião das FAPLA. Em Janeiro do ano passado, a Força Aérea Nacional condecorou o general Gato, que foi o comandante do ramo de 1977 a 1981. “Nesta hora de dor e de luto, o Bureau Político do MPLA verga-se perante a memória deste ilustre combatente da Pátria angolana e, em nome dos militantes, simpatizantes e amigos do Partido, endereça à família enlutada, ao Estado-Maior das FAA e ao Ministério dos Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria as suas mais sentidas condolências”, lê-se na mensagem.

Fonte: Jornal de Angola

outubro 23, 2017
Imagem: Reprodução

Os hospitais angolanos continuam carentes dos meios mais básicos para tratar os doentes que correm para essas instituições com intuito de salvarem a vida. Muitos são os que entram e de lá não saem vivos por não terem dinheiro para comprar luvas comercializadas às portas e, por isso, não são sequer atendidos para se aferir o que têm.

Fonte: Folha 8, por Sedrick de Carvalho

O que contaremos é a história duma cidadã cuja família conseguiu pagar para usufruir de um “tratamento diferente” num hospital público mas que, ainda assim, foi humilhada. Maria, nome fictício criado devido ao pedido de anonimato feito pela família, de 38 anos de idade, foi levada pelos familiares ao hospital Josina Machel no dia 13 do mês em curso. Chegou ali depois de sair do coma. A causa: derrame cerebral. Os médicos apressaram-se em dizer aos familiares que não tinham esperanças de que a mesma sobreviveria. Esta certeza médica foi-se alterando à medida que o dinheiro começou a aparecer nos corredores do hospital.

Tudo começou no hospital do Zango 2, município de Viana, “reinaugurado no âmbito das eleições”, para onde Maria foi levada para ali ter o parto. E deu à luz a um menino saudável. Mas ela começou a apresentar “uma subida anormal” da tensão arterial. A equipa médica de serviço anunciou à família que Maria seria transferida para outro hospital no mesmo município, desta vez no Kapalanca.

“Entregaram-nos a irmã sem ambulância com o bebé acabado de nascer e sem cartão. Atiraram a responsabilidade para o hospital do Kapalanga”, contaram.

A guia de transferência foi entregue aos familiares e foi-lhes dito sem rodeios que “o hospital não tinha condições de transferir pacientes”, isto é, não existia ambulância. O relógio assinalava 21 horas, e só a resiliência típica angolana explica o facto de a família ter conseguido alugar um carro para efectuar a operação naquele momento. Pelo aluguer pagaram três mil Kwanzas.

Em estado mais crítico, Maria chegou ao hospital do Kapalanca em convulsão e os familiares mais assustados ainda. Começaram a formar-se lágrimas nos olhos de alguns parentes quando “funcionários de lá também disseram sem cerimónias que não podiam fazer nada”.

Com outra transferência em mão, agora assinada pelo hospital do Kapalanca, os familiares tinham de ir à maternidade Lucrécia Paim, no município de Luanda, Rangel, mais de 30 quilómetros de distância da localidade com o nome do hospital onde estavam. O motorista da viatura que para ali os levara já tinha cumprido o objectivo do aluguer e, portanto, “foi à sua vida”.

Os funcionários do Kapalanca disseram que “tinham uma ambulância quase disponível”. O “quase disponível” foi a introdução para dizer que a ambulância não tinha combustível. A irmã de Maria prontamente exibiu dois mil Kwanzas para abastecer o tanque do veículo estatal, dinheiro que entregou ao motorista que, entretanto, simplesmente colocou o carro em funcionamento tão logo “enfiou a massa no bolso”. Ao longo do trajecto nem pararam em algum ponto de abastecimento.

“Pediram dinheiro para abastecer a ambulância sem sequer prestarem alguma assistência à minha irmã que nesse instante precisava de cuidados e estava já sem ar e tinha a tensão muito alta”, lamentou o irmão.

Das convulsões, Maria passou ao coma, e foi assim que chegou à maternidade central de Luanda, hospital que regista 110 mortes por cada mil partos realizados, segundo Corado Silva, chefe do serviço da neonatologia da maternidade em declarações à imprensa, em Março deste ano. Ultrapassadas as “burocracias incompreensíveis para quem chega naquele estado”, Maria “foi bem atendida porque os médicos fizeram tudo para a reabilitar”.

Três dias depois saiu do coma “mas com uma hemorragia cerebral por ter ficado a debater-se por demasiado tempo e acabou sofrendo logo no pior lado que se pode esperar: o lado esquerdo”. Importa realçar que neste hospital não foram cobrados quaisquer valores pelo tratamento, ao contrário doutras denúncias feitas.

Maria balbuciou as primeiras palavras pós-coma por volta das 12H do dia 16, para alegria dos familiares. Entretanto, poucos minutos depois, para espanto dos familiares, recebeu outra guia de transferência “para que pudesse dar continuidade ao serviço de medicina de especialidade”. O hospital Josina Machel era o novo destino.

Desta vez não foi preciso “abastecer” a ambulância.

Chegados ali, aproximadamente às 14H, ficaram no banco de urgências, onde não havia bancos disponíveis para se sentarem, “a aguardar pela recepção de um doutor que fizesse consultas e análises”. O ambiente naquele hospital “é fedorento e extremamente cheio”. Às 18H, cansados e com medo de que a situação de Maria piorasse, um dos irmãos “conversou” com um dos enfermeiros que “andam por lá de um lado ao outro com batas azuis”. O termo “conversou” é a maneira de dizer que pagou para serem atendidos. Em menos de uma hora já tinham os resultados dos exames.

A descarada insensibilidade dos médicos e enfermeiros daquele hospital, segundo os familiares, é gritante ao ponto de “abandalharem as enfermeiras que acompanharam a ambulância e por isso tiveram dificuldades em entregar a paciente nesse hospital infernal”. A única sala de análises clínicas é pequena para atender mais de 100 pessoas que ficam à porta, apertadas e sentadas ao chão, sem alimentação, nem água, aguardando pelo chamado, se acontecer. Não tinham dinheiro para pagar a “um daqueles bons moços das batas azuis” para serem especialmente atendidos.

O mesmo irmão que pagou ainda pensou em manifestar no local o seu descontentamento quanto ao amontoado de doentes sem assistência por não ter dinheiro para pagar ou parente médico, mas desistiu da ideia quando a família lhe fez recordar que estavam ali pela irmã que, caso protestasse, certamente seria ela a sofrer represálias.

“Aquilo aí é uma autêntica máfia onde enfermeiros, maqueiros, doutores e mesmo seguranças falam todos a mesma língua”, afirmou.

O pagamento ao enfermeiro serviu para ser atendida, mas não para ter uma cama num quarto do hospital. Desta vez quem teve de ser pago foi um funcionário encarregue das macas, que “arranjou uma vaga num quarto comum que seria para os convalescentes”, cujos companheiros, outros que pagaram pelo quarto, variam dentre “os já quase bons e os em estado terminal”. Maria estava entre os primeiros.

Ao todo, 15 mil Kwanzas foram pagos ao enfermeiro e o maqueiro, uma quantia que o irmão já não sabe detalhar quem cobrou mais no esquema.

Enquanto ali esteve, Maria lembra-se duma senhora que “deveria estar nos cuidados intensivos” morrer à sua frente. A foto mostra a cidadã que, afinal, estava já morta quando foi feita essa fotografia no momento em que Maria almoçava. O irmão, que fez a fotografia e sem perceber “apanhou” a senhora, ainda falou com os enfermeiros pois “desconfiava que ela estava quieta demais”. Em resposta, foi-lhe dito que não havia nada a fazer e que era mesmo assim, acrescentando que “uns saem e outros não”. A confirmação da morte foi atestada minutos depois por outra enfermeira. Encerraram as visitas e os familiares saíram de lá duplamente horrorizados: com o coração apertado por assistirem aos “últimos suspiros da senhora” e por deixarem a irmã naquele “campo de extermínio”.

Nesse dia perceberam que afinal não tinham o dinheiro suficiente para pagar por um atendimento melhor, talvez numa clínica ou até mesmo para que a irmã fosse levada para um dos “quartos vip de cima com ar-condicionado”.

No dia seguinte Maria recebeu alta médica, e continua o tratamento em casa, onde se encontra actualmente em recuperação. A família conta que se ali ficasse então o pior poderia acontecer.

O hospital Josina Machel, anteriormente Maria Pia, está situado a escassos metros do Ministério da Saúde e dos três órgãos de soberania do país: Presidência da República, Assembleia Nacional e Tribunais.

Nos hospitais não existem medicamentos e instrumentos básicos como luvas e seringas, mas no ano passado assistiu-se a campanhas de doações destes produtos protagonizadas por indivíduos ligados ao governo. A questão que se levanta é como estas personalidades, entre elas as irmãs Isabel e Welwitchia dos Santos, e Bento Kangamba dos Santos, cunhado das filha de José Eduardo dos Santos, têm medicamentos para doar quando o governo não tem para abastecer as instituições hospitalares sobre sua responsabilidade.
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