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O líder da UNITA, Isaías Samakuva, reconheceu hoje que o novo chefe de Estado angolano, João Lourenço, já deu “alguns sinais” de que pretende “corrigir o que está mal”, mas sem explicar como, por estar dependente, do presidente do MPLA.

Isaías Samakuva (Imagem: Reprodução)

Oposição foi assumida pelo presidente do maior partido da oposição na habitual réplica, na sede da UNITA, em Viana, arredores de Luanda, ao discurso de 16 de Outubro, de tomada de posse do novo chefe de Estado, João Lourenço (MPLA), sobre o (mau) estado da Nação, em que assumiu as dificuldades que o país atravessa.

“O estado actual da Nação é dramático e complexo porque já temos dito que o Estado faliu e encontra-se numa situação delicada. Angola vive um tempo assaz complexo, que exige a nossa cuidada atenção”, declarou Isaías Samakuva.

A UNITA voltou a ser, nas eleições gerais de 23 de Agosto passado, graças à engenharia fraudulenta do MPLA e das suas sucursais eleitorais (Tribunal Constitucional e CNE), a segunda força mais votada, mas viu o grupo parlamentar quase duplicar, para 51 deputados, enquanto o MPLA perdeu 25 mandatos, mas ao vencer as eleições garantiu a Presidência da República e a titularidade do Poder Executivo, para João Lourenço, que sucede a José Eduardo dos Santos, ainda presidente do partido, que estava no cargo desde 1979.

“Depois de 38 anos, o país tem um novo Presidente da República, cujo discurso nos leva a criar novas expectativas e, por isso, a dar-lhe algum benefício de dúvida. Ele diz-nos que foi eleito para corrigir o que está mal, embora ainda não nos tenha dito como vai alargar a sua autoridade limitada pelos estatutos do seu partido, a que está vinculado, nem nos tenha dito ainda como vai poder fazê-lo com uma Constituição atípica, feita para satisfazer os anseios do Presidente o anterior”, observou Isaías Samakuva, na sua declaração.

O político acrescentou que o benefício da dúvida a João Lourenço serve para os primeiros 100 dias da nova governação, com a UNITA a exortar o chefe de Estado a acabar com o “poder real” que afirma existir em Angola, controlado por elementos à volta do anterior Presidente, José Eduardo dos Santos.

Insistindo no lema de campanha eleitoral do MPLA – ‘Corrigir o que está mal e melhorar o que está bem’ -, agora com continuidade no Governo angolano, o líder da UNITA acrescentou: “O que está mal, foi feito em grande medida pelo seu antecessor, que ainda é o seu superior hierárquico no partido [José Eduardo dos Santos, presidente do MPLA], a que continua vinculado”.

Ainda assim, Isaías Samakuva, que já anunciou que o seu partido vai a votos para escolher um novo líder, por não ter conseguido a eleição para Presidente da República, admite que João Lourenço “já deu ao país alguns sinais de que pretende de facto corrigir o que está mal”.

“Já reconheceu que há milhões de angolanos a viver abaixo da linha de pobreza, que a situação financeira do país é crítica e que tem de haver mudanças. E até aí creio que estamos todos de acordo”, acrescentou.

Contudo, insiste que reconhecer o que está mal “é um bom começo”, sendo necessário “o próximo passo conhecer a dimensão” e as suas “causas profundas”.

Por entre críticas aos monopólios económicos – tema que foi abordado por João Lourenço no discurso sobre o estado da Nação -, cuja criação Samakuva atribui à liderança de 38 anos de José Eduardo dos Santos e aos “interesses do partido-Estado”, o líder da UNITA exortou o novo chefe de Estado a avançar com a “despartidarização do Estado” se pretende, como disse, combater a corrupção.

Isaías Samakuva manifestou-se satisfeito por ver que o Presidente da República “abraçou” algumas propostas da UNITA, como a prioridade a dar à agricultura, a racionalização dos custos do Estado, a transparência dos concursos públicos ou a institucionalização da autarquias locais, entre outras.

Samakuva apelou ao novo chefe de Estado para fazer “mais consensos” com a oposição, sustentando ainda que no processo democrático angolano não pode haver “assuntos tabu”, sendo necessário a instalação de uma nova ordem política, económica e social em Angola.

Fonte: Folha 8 com Lusa

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